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Quem é essa mulher?

Categoria: Book feminino, Book feminino, Ensaio fotográfico, Ensaio Lifestyle, Ensaio Sensual, Opinião


(Um texto lindo sobre os 50 anos de uma mulher incrível)


Lembro-me, com grande carinho, de um amigo que me disse certa vez que eu tenho um espírito livre, difícil de segurar, como o da Lilith. Deu-me um texto pra ler e disse, “veja como se parece com você”. Não sei por onde anda este meu amigo, tão sensível, tão perspicaz, percebendo algo tão íntimo que eu não saberia revelar com tanta simplicidade. Gostaria de dizer-lhe o quanto esta revelação foi importante para mim, para a construção do meu feminino. Porque o feminino se constrói. Não se nasce mulher, torna-se mulher.

Pois bem, e quem é essa mulher, Lilith? Dizem que é uma mulher demoníaca e sedutora, esposa do próprio Lúcifer. Uau! Em textos judaicos, Lilith aparece como sendo a primeira esposa de Adão, criada do mesmo barro com que Deus modelou o homem. Não ignoremos este simbolismo, criada da mesma forma que o homem, ou seja, com o mesmo valor, com a mesma importância que ele. Não foi criada de uma parte do homem, como um apêndice seu, mas do mesmo barro. Ora, talvez por isso mesmo, Lilith se recusou a se submeter a Adão e, por esta desobediência, foi expulsa do paraíso. Condenada e amaldiçoada, vaga pela escuridão, seduzindo os homens enquanto dormem e devorando os bebês que nascem desta cópula. Em algumas tradições, os judeus costumavam utilizar este mito para justificar a morte súbita de recém-nascidos.

Nossa, que mulher se identificaria com Lilith? Bem, vamos olhar um pouco além da superfície. Deixemos de lado os demônios. Percebem que Lilith nada mais é que uma mulher livre? Uma mulher que não fez o que se esperava dela e que precisou arcar com todas as consequências desta liberdade negada às mulheres e permitida aos homens. Não é por acaso que foi punida com a impossibilidade de ser mãe, pois foi condenada a devorar todos os seus filhos nascidos de cópulas amaldiçoadas. Como se o erotismo não combinasse com a maternidade. Por acaso, ou não, vai-se saber, eu também não sou mãe. Escolha, destino, qualquer coisa, menos punição.

O que quero dizer é que existem muitas e muitas formas do feminino se manifestar e que cada mulher precisa descobrir a sua, sem se permitir rotular, sem precisar obedecer a qualquer outra força que não seja a sua própria. Fazer 50 anos me deu esta clareza. 50 anos! Meio século! Ufa! Foi uma caminhada e tanto e posso dizer que não é fácil ser fiel a si mesma. Como o mundo dos machos tenta podar nossas asas, tenta nos impor regras de comportamento, de beleza etc. E não se enganem, mulheres também são machistas, também amaldiçoam as mulheres livres, os espíritos rebeldes. Também impõem e obedecem a regras. Faça cirurgias, aplique Botox, pinte os cabelos, aumente os seios, diminua, aumente novamente. Eu digo, escolham, mas não se sintam obrigadas a serem assim ou assado. Sejam vocês, envelheçam, pois a idade embeleza.

Um Ensaio de 50 anos para celebrar


Eu não teria como imaginar o quanto a idade me embelezaria. Como eu me vejo hoje, muito mais linda que quando era jovem! Este ensaio fotográfico foi um presente que eu me ofereci para celebrar meu cinquentenário. Ver-me através dos olhos do outro, das lentes, dos olhos da fotógrafa, me deu outra perspectiva a respeito da minha própria imagem. Só tenho a agradecer à Dri e à Lilith.

Texto: Dra. Fernanda Medina
Médica Psiquiatra

Autora do Blog – Conversa Fiada

Clique aqui e veja as fotos do ensaio de 50 anos da Fernanda na Drix

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